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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Pimentas




Amadas ou odiadas, as pimentas ( plantas do gênero Capsicum) sempre estiveram na vida cotidiana do brasileiro, seja como forma de espantar mau-olhado, enfeitar os jardins ou , principalmente, como uma iguaria da culinária. O que seria de uma feijoada ou um acarajé  sem uma boa dose de pimenta?

História


Nativa das Américas do Sul e Central, a pimenta já era cultivada e consumida desde a pré-história.Foram encontrados vestígios arqueológicos de até 3.000 AC de seu cultivo. Em 1493, após a chegada de Colombo, ela foi levada para a Europa e de lá ganhou fama pelo mundo todo. Hoje, a maioria dos povos, do Ocidente ao Oriente, conhecem e utilizem o fruto em suas culinárias típicas.

Embora tenham o mesmo nome, certas espécies como a Pimenta-do-reino (Piper nigrum) e a Pimenta Rosa (Schinus terebintifolius) não possuem nenhuma ligação botânica com essas.

Porque a Pimenta arde?


A ardência da pimenta vem de uma substância chamada Capsaicina (8-metil-N-vanilil-6-nonenamida) e mais quatro outros compostos relacionados. Essas substâncias em contato com a língua provocam a sensação de ardência, fazendo o cérebro acreditar que está sofrendo algum tipo de dano.

O curioso é que esse efeito só é sentido pelos mamíferos. As aves não possuem a mesma sensibilidade para a substância. Muitos pesquisadores acreditam que isso aconteceu por pressão evolutiva, pois o trato digestivo dos mamíferos destrói a semente, impossibilitando a germinação, enquanto que o dos passáros não. Inclusive, o fruto da pimenteira é um dos seus prefeirdos, assim eles dispersam as sementes.

Escala Scoville


A Escala de Scoville foi criada por um farmacêutico americano chamado Wilbur Scoville (1865–1942), que criou um teste para avaliar e classificar o grau de ardência de uma substância.O teste consiste em medir a quantidade de água com açucar necessária para a diluição da substância picante, até que ela não seja mais perceptível.

Doodle do Google
Segundo a escala mais recente, a pimenta mais fraca é o Pimentão, que tem de 0 a 100 pontos. Já a Carolina Reaper, a campeã, tem nada menos do que 2,200,000 pontos. Haja água com açucar hein!

Scoville inclusive foi homenageado este ano pelo Google, no dia 22 de Janeiro, quando iria completar 151 anos. Foi criado um Doodle interativo no qual você poderia jogar um joguinho aonde o jogador "esfriaria" as pimentas testadas.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Indicações de Livros - "Gaia: o lado oculto das plantas"



A partir de hoje, pretendo a cada 15 dias indicar um livro. 

Existem muitos livros sobre o tema plantas ou comida. São milhares, desde de como aprender a criar suas hortas, até sobre como se estrutura o agronegócio moderno.  Por serem muitos, é humanamente impossível ler todos os que estão disponíveis. Além do que acho que poucos teriam grana pra isso.

Por isso, acho importante indicar obras. É uma forma simples de ajudar os outros filtrando as boas opções, e ajudando cada um a escolher melhor o que ler.

A indicação de hoje é o livro “Gaia: O lado oculto das plantas”.

"Dos segredos de Gaia à divulgação da bontânica"

Este é mais um dos livros de Gil Felippe, que escreve diversos temas sobre botânica, com toques de culinária.
Este livro é sobre todos os tipos de planta cujo alimento principal esta em suas partes escondidas, seus tesouros enterrados: raízes, tubérculos, rizomas, bulbos e até mesmo frutos.
São informações dos principais alimentos escondidos que são consumidos, aqui no Brasil e no mundo, seus nomes botânicos, suas características básicas e até mesmo a história de como começamos a utiliza-los. Além de dar uma clareada quanto a distinção de cada um deles. Ou seja, por mais que a batata e a cenoura sejam bem parecidas, não são a mesma coisa e não desempenham a mesma função na planta, e o livro explica estes detalhes.

A leitura do livro é bem completa. No entanto, são bem simples , interessando até aos leigos.
Outro ponto muito bacana são as ilustrações de algumas das plantas feitas por Maria Cecília Tomasi, que fez um ótimo trabalho, com uma perfeição de detalhes.

O livro em si é curto, só 118 e com muitas de figuras. Mas, com certeza , compensa pelo conteúdo.

Informações:
Gaia: o lado ocultos das plantas: tubérculos, rizomas, raízes e bulbos / Gil Felippe ; ilustrações Maria Cecília Tomasi. São Paulo: Edições Tapioca,2012.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Cogumelo: ser ou não ser



Os Cogumelos são fungos específicos de duas famílias, Basidiomycota e Ascomycota. O que chamamos de cogumelo é na verdade uma parte do corpo do fungo, seu corpo frutífero, que é criado para a liberação de esporos. Esses se parecem com um pó, em muitos casos invisível a olho nu. São através desses esporos que ocorre a reprodução sexuada do cogumelo, que ao ser levado pelo vento e encontrar um substrato adequado, gera novos indivíduos. 

 



Anteriormente, os fungos eram estudados e classificados junto ao reino das plantas. No entanto, hoje fazem parte do seu próprio reino: Fungi. O curioso dos fungos é justamente sua distinção: essa característica dos esporos por exemplo, lembra muito a reprodução de plantas como as samambaias e os musgos. Além de que a maioria dos fungos é imóvel. No entanto, os cogumelos não tem a capacidade de realizar fotossíntese como as plantas. As células dos fungos possuem paredes com quitina (substância encontrada , por exemplo, no exoesqueleto de insetos), diferente das células dos vegetais, que contém celulose. Ou seja, em alguns aspectos os fungos se assemelham as plantas. Em outros, aos animais.


Pequeno cogumelo que nasceu espontâneamente em um vaso.
Acredito que muitos já sabem que os cogumelos não são plantas. No entanto, para fins de pesquisas, cuidados e alimentação, eles são tratados como um vegetal. Pelo menos essa é será a forma que ele será visto daqui para frente no blog.


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Conseguindo folhas de cenoura



No último post, mostrei uma receita de bolo de cenoura com as folhas. Uma das coisas que pode deixar muita gente em dúvida na hora de preparar a receita é: como vou conseguir a folha da cenoura?

Normalmente, as cenouras são vendidas em mercados e quitandas por aí com as folhas já cortadas, somente o tubérculo pode ser adquirido.
Já nas feiras de rua, normalmente é possível conseguir, pois eles costumam cortar as folhas na hora. Só pedir para os feirantes não cortarem. Alguns também cortam ou entregam as folhas cortadas de cenouras que outros clientes compraram. No entanto, imaginando que você queira fazer essa receita em uma tarde de sábado, ou se as feiras são muito longe da sua casa, fica difícil depender apenas dessa opção.

Sabendo dessa dificuldade, fui procurar algumas ideias. Foi ai que encontrei este site aqui, bem interessante por sinal.Resolvi testar a ideia de cultivar as cenouras.

Basicamente você só precisa cortar uma parte da “cabeça” da cenoura (que normalmente jogam fora também), e colocar em um pote ou copo com água, em um local bastante iluminado (onde coloquei batia algum sol direto). Veja como fiz:



Como podem ver pela imagem, deu certo. Em cerca de 2 semanas, nasce o brotinho. O tempo de duração das folhas vai depender de condições favoráveis. Quando tiver crescido bastante, é só cortar.

O ideal é fazer isso com várias cabeças da cenoura, de forma a suprir a quantidade desejada. Como nessa imagem:

Fonte

Caso a planta comece a cessar o crescimento das folhas, uma ideia é coloca-la na terra. Ainda não testei, mas acredito que ela se desenvolva como o gengibre, a batata ou outros tubérculos.

Agora você pode ter folhas de cenoura fresquinhas.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Receita - Bolo de Cenoura com folhas e cobertura de chocolate branco



    Bolo de cenoura todo mundo já conhece. E muitos, como eu, não resistem. Mas um dia desses, me veio uma idéia: porque não usar as folhas também para fazer o bolo? Para quem não sabe, as folhas da cenoura também são comestíveis, e podem ser usadas em inúmeras receitas. 

    Procurei na internet, mas não achei ninguém que tenha tentado algo assim. Resolvi então experimentar pra ver no que dava.
    Posso dizer: recomendo.
    O sabor é bem diferente, e todos que provaram gostaram. Parece com o gosto de cenoura mesmo, só que mais forte.Algumas pessoas me disseram que lembra o sabor de bolo de batata doce hehe.

    A quantidade de cenoura e folhas fica a seu critério: quanto mais cenoura e menos folhas, mais suave é o gosto. Você também pode escolher entre usar uma quantidade maior, mas só de folhas, ou diminuir e por os talos também. Os talos deixam o gosto mais marcante, e o bolo mais “massudo”.
    Particularmente, acho que as quantidades que coloquei ficaram boas.

    A cobertura fiz com chocolate branco, pois achei que combinava melhor com o sabor mais forte das folhas.Mas você pode usar chocolate preto que também fica bom.
    Segue a receita:



    Ingredientes

    Massa

    • 3 cenouras médias raspadas e picadas (variável)
    • 10 Talos médios com folhas da cenoura picados (variável)
    • 3 ovos
    • 1 xícara de óleo (eu usei de milho na receita)
    • 2 xícaras de açúcar
    • 2 ½  xícaras de farinha de trigo
    • 1 colher de sopa de fermento em pó
    • 1 pitada de sal
    • Manteiga para untar
    • Farinha para polvilhar 

     Cobertura 

    •  1 ½ Tablete de Chocolate Branco de sua preferência
    •  1 Xícara de Creme de Leite fresco

    Modo de preparo

    Lave bem as folhas da cenoura, pois costumam vir bem sujas dos mercados e feiras.Tire também as folhas amareladas ou muito murchas.

    No liquidificador, bata todos os ingredientes, acrescentando a farinha aos poucos.
    Depois, unte uma assadeira, despeje a massa, e leve para assar em forno médio pré-aquecido por aproximadamente 50 min.

    Assim que o bolo estiver pronto, faça a cobertura. Derreta o chocolate em banho-maria, e assim que ele estiver derretido quase totalmente, comece a acrescentar o creme de leite aos poucos, mexendo para não empelotar.Assim que estiver bem homogêneo, jogue em cima do bolo e espere esfriar.

    Bom apetite!